Ética e Cidadania/Ensino Religioso
A devastadora passagem do coronavírus
pelo planeta vem tornando os idosos suas principais vítimas no mundo inteiro.
Eu mesma perdi minha avó de 84 anos (16/07/2020) para esse vírus. E essa situação tem afetado também as comunidades
indígenas no Brasil todo. Há poucos dados sobre as mortes desses povos, mas
pelo menos 122 indígenas com mais de 60 anos, segundo levantamento da
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) até 30 de junho morreram.
Para os povos originários, essa dura realidade vai além do luto; significa
perder gigantescos acervos culturais. Os anciãos indígenas são guardiões da
sabedoria tradicional, “bibliotecas vivas”, costuma-se dizer. E o coronavírus
vem apagando o passado desses grupos.
Muitos pajés, que são as pessoas que podem entrar em contato com as entidades espirituais, utilizam a sabedoria aprendida com os espíritos para aconselhar as pessoas e fazer rituais de cura, são idosos e eles estão morrendo. Isso é grave, pois eles têm um papel extremamente importante.
‘Um pouco do
médico, padre e psicólogo’
Diferentemente das sociedades
capitalistas em que o conhecimento está disseminado, as aldeias têm regras para
sua transmissão. Os saberes tradicionais não
são facilmente encontrados a um clique do computador. São os mais velhos que
passam, oralmente, o conhecimento adiante. Geralmente aos netos, já que os
adultos estão ocupados demais garantindo a subsistência das famílias. Os idosos
ensinam às crianças as regras básicas de sobrevivência, como o conhecimento
sobre os recursos naturais, que servem para a alimentação ou construção de
moradias. E a morte deles é um duro golpe a sua comunidade.
A religião deles é a animista (aquelas que colocam como seres sobrenaturais e
divinos elementos da natureza, como o Sol, a Lua e as florestas). Além de
valorizar todo o ecossistema valorizam muito os idosos, pois, como já foi dito,
eles são a base da cultura indígena.
Você já parou para
perceber como nossa sociedade capitalista trata os idosos (anciões)?!! Pense
nisso!!
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Obrigada por comentar. Abraço Fernanda